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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Mediação ainda sem cara de Mediação

Motivação (do Latim moveres, mover) refere-se em psicologia, em etologia e em outras ciências humanas à condição do organismo que influencia a direção (orientação para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. Assim a principal questão da psicologia da motivação é "por que o indivíduo se comporta da maneira como ele o faz?"
Hoje estive na 2ª reunião de mediação. Registarei aqui a 1ª.

Prévias sobre como chegamos na Mediação
A mãe da Sofia não dialoga.Deixa claro que não tem interesse nisto. Exercitou a guarda única como fonte de pequenos prazeres, na minha visão.Perdeu no TJ-RJ. A Sofia obteve a Guarda Compartilhada (GC).Conseguiu, desde que ela pariu a crise, rejeitar mais de uma dezena de propostas de diálogo.De padre, pastor, curandeira, familiares, amigos, padrinho, madrinha, Conselho Tutelar, psicólogas, assistentes sociais, advogados. Até mesmo uma especialista em mediação da OAB foi recusada.A GC foi a 1ª derrota que ela teve no judiciário. Apenas após isto ela aceitou dialogar e olhe... não foi fácil.

Resumo da 1ª reunião:
Cheguei. Encontrei duas pessoas. Um homem e uma mulher. Perguntei o nome da mulher e descobri que não era o segundo nome que eu tinha obtido.
Quem nos acompanharia trocou duas vezes antes de começarmos.
Era visível o nervosismo em todos os 4. Existia também uma observadora.
Eles nos perguntaram se conhecíamos o assunto e eu tomei a frente e disse que parcialmente.
Quem em 2009 eu tinha oferecido a mediação para a mãe da Sofia, citei a profissional que foi reconhecida por eles como alguém conhecido da área. Citei que conhecia o processo e que tinhas minhas críticas. Objetivamente existiam algumas necessidades que não seriam alcançadas pela Mediação, mas que por meio dela, nutria a expectativa de pavimentar um caminho mais sólido. Que estávamos ali por que aquele era o 1º e até agora o única possibilidade de diálogo que a mãe da Sofia se disponibilizara.
A mãe da Sofia disse que não sabia por que ali estava, visto que já existia uma decisão judicial e o diálogo não era necessário.
Expliquei que não. Não tinha terminado e que estávamos ali para evitar a abertura de 3 processos judiciais.
Pronto, alterou-se. :-(
Existia um roteiro que eles liam atentamente, o que fez parecer que não existia muita experiência ali.
A conversa foi aberta com uma proposta que conversássemos abertamente sobre os problemas.
Interrompi dizendo que não teria interesse num espaço terapêutico e ouvi que não se tratava disto.
Pois bem, virou um espaço terapêutico. :-)
Alternadamente trocamos acusações. Umas razoáveis, outras vergonhosas de frágeis.
Afinal ....
Ele seguiram um bom caminho. Definindo princípios. Mas pararam muito cedo.


Fora dos protocolos de fala só definiram que ambos somos responsáveis e amamos a criança.
Ao fim percebemos que não foi realmente produtivo e fomos desafiados a fazer uma lista de pontos objetivos.

Lamentavelmente o comportamento da mãe nestes anos não permite que uma pessoa racional valorize o compromisso dela com esta ideia.  Isto não é o suficiente para inibir um "Não por que não". Não é suficiente para lidar com a pessoa que me convenceu que a inteligência acima da média não é um pré-requisito para o diagnóstico da psicopatia.
Entretanto eu me calei.

Discutiremos isto no encontro seguinte. Negociaremos ponto a ponto.

Por que vocês estão aqui?
Teria sido bom se esta pergunta tivesse sido feita diretamente, mas não foi.Partiu-se da suposição que ambos buscamos ali o melhor para a Sofia.Premissa errada. Esforço mal gasto.Ao fim do nosso relacionamento, sim o relacionamento conjugal acabou, mas a amizade e o respeito foram mortos em outro momento, conseguimos estabelecer uma canal bom de comunicação.Apesar de ter ido morar com uns amigos, por total carência de recursos financeiros, conseguimos progressivamente restaurar o contato parental.A Sofia em 20 dias já dormia comigo.Já tínhamos 10 meses que o café da manhã dela era tarefa minha. Com o retorno da mãe ao trabalho, após 12 meses afastada, as atividades foram paulatinamente sendo divididas. Peguei também o passeio de leva-la a creche e muito frequentemente o de buscá-la também.Com altos e baixos, mais altos do que baixos, a vida tocava.Conheci outra pessoa, a Carla. Ela tinha um filho de 7 anos e sabia muita coisa sobre crianças que eu ainda não sabia. Puxa, como isto reduziu a minhas ligações para a mãe da Sofia.Ela também vinha de uma separação. Nos momentos de problemas com a mãe ouvia que era um momento difícil. Seria normal alguns atritos, mas que estávamos indo melhor que a separação dela no mesmo período.Chegamos até a pensar sobre umas féria conjuntas com as duas crianças e 4 adultos.Logo depois a mãe da Sofia teve uma mudança.Ela definiu que seria melhor brigar, e ela estava certa, sob uma ótica doente, mas certa.Em 2009 eu mandei um e-mail para ela dizendo que as intenções dela não prevaleceriam sobre os interesses da minha filha e garanti que faria isto acontecer.Pulando muita história...Em 2012 a GC saiu e ela finge que não tomou conhecimento.Depois de algumas ameaças ela finalmente aparece na mediação. Acreditem nas ameaças.Por que estamos aqui?
  • Eu para mitigar o mal que a mãe pode causar. Minha estratégia? Forçar a transparência dos seus atos.
  • Ela por medo. Abriu uma guerra. Cruel e mentirosa certa que nunca teria que prestar contas e perdeu. E agora?


Perspectivas:
Não existe muito a se prever aqui. Não temos como ponto central a discussão sobre a marca do xampu.
Temos como pendência apenas um ponto:
A isonomia como ferramenta para determinar a transparência.

PS: A figurinha acima é cruel, mas não mente. Isto é parte do problema e será também da solução.