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terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Sofia e a Batalha da Couve

Neste fim de semana existiu um outro evento, que realmente me machucou, decidir postar depois. Este é mais leve.

A Carla vivencia a guarda compartilhada. As responsabilidades sobre o Enzo são divididas com o pai.
Meu caso é um pouco dierente. A mãe da Sofia não mediu e não mede esforços para me alienar e conseguiu bom apoio da escola e uma colaboração consistente por parte do judiciário. Apesar disto, com o tempo e contrário aos interesses manifestos pela mãe, as coisas vão se ajustando em benefício da Sofia.
Atualmente a Sofia ainda não passa metade do tempo comigo, apenas um terço dele, mas os recursos jurídicos para ajustar isto estão em andamento.
Nossa rotina aqui em casa é composta por dois tipos de fim de semana:
  1. Casalzinho.Quando estamos sós, eu e a Carla, investimos mais na nossa convivência de uma relacionamento de 2 anos.
  2. Família.Quando estamos com as crianças é programação voltada para elas. Sofia com 4,5 anos e Enzo com quase 9.
Neste domingo foi uma exceção. A Carla viajou para um congresso, o Enzo ficou com o pai e fiquei junto com a Sofia. Momentos raros, na verdade.

Ums amigos que almoçariam conosco desmarcarm, na última hora, e eu fui fazer nosso almoço.
A Sofia sentou-se e no primeiro olhar lançou uma cara de desprezo, apontou para a couve e disse:
- Não quero isto.
Putz?! E agora.
Minha visão de alimentação adequada é fortemente influenciada por duas correntes:
  1. A Dieta do Paleolítico
  2. A visão do Pântano
O item um tem um bom texto no link. Merecendo apenas uma correção. O uso do fogo não coincide com a revolução agrícola (10.000 anos), é um pouco antes.
O segundo é um post que já fiz, mas decidi ainda não publicar aqui ainda. Resumidamente trata da dificuldade de se ter fortes certezas. Neste ponto significaria uma tendência em se adotar, também, o conhecimento convencional. Sigo isto pela total incapacidade de descartar este conhecimento, mesmo quando existe a desconfiança da fragilidade de sua sustentação por bases teóricas e/ou experimentais. Mas como estamos pântano e as convicções são difíceis...pode ser melhor não arriscar.

Temos um disputa neste item aqui: os vegetais.
A Carla, por um critério que ela ainda não foi capaz de sintetizar, entende que legumes definem a fonte suprema do projeto de uma boa alimentação.
Eu, por questões de paladar e por ter uma dificuldade em ver a diferença alimentar definida pelo criador, prefiro o consumo de frutas.
O debate continua, trocamos periodicamente sorrisos e farpas e fazemos as crianças comerem ambos.
Ah, sim...Eu compro e as crianças consomem mais frutas que legumes. :-)

Mas neste domingo a Sofia foi categórica. Nada de couve.
Antagonizar um trocinho de 4 anos não seria a melhor maneira de usar o, já pouco tempo, que passamos juntos.
Por outro lado eu tenho a obrigação moral em educá-la. Educação alimentar é, por definição, educação.
Como a mãe mantém a coerência não compartilhando NENHUMA informação que não seja estritamente necessária comigo...
-Sofia. façamos o seguinte. Coma o que e a quantidade que você quiser. Depois é só colocar o prato na geladeira, ok?
A Sofia sorriu o sorriso dos vitoriosos. Caminhou e colocou o prato, quase cheio na geladeira.
Assistimos um desenho juntos e ela foi assistir outros desenhos em outra TV.
Uma hora depois ela volta:
- Papai, vamos fazer um lanche?
- Claro Sofia, venha comigo.
Peguei o prato e coloquei sobre a mesa.
Fui interrompido com..
- Não, papai. Eu quero lanchinho.
Sempre sorrindo:
- Não. Venha comigo. Isto é o micro ondas. Aperte este botão, 1 minuto. Aperte também este botão, o Ligar. Quando terminar é só tirar o prato. Mas cuidado com o calor.
A Sofia reclamou, fez beicinho. Marcou uma posição inegociável em não comer a couve.
Perguntei se ela tinha o telefone do amiguinho que fazia aniversário no domingo, pois teríamos que avisá-lo que ela não poderia comparecer à festa.
Pronto. Comeu tudo. :-)
Após terminar ainda puxou pela minha mão para jogarmos WII juntos.

Por causa do pântano não é fácil saber se ajo certo ou não.
Minhas tentativas de me avaliar pelas opiniões dos outros conduzem a um cenário bipolar:
  • sou tanto inflexível e tirânico
  • quanto sou mole e manipulável
Definitivamente é a vitória do Pântano.
Enquanto isto tento fazer o meu melhor.

Neste domingo aprendi uma lição:
"A couve fica!" :-)