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domingo, 3 de abril de 2011

Homens e Mulheres, o Comportamento Inerente e o Adquirido

Minha Mulher, Carla, tem um forte impulso feminista.
Brincando eu digo que ela tem um encosto da "Rosemarie Muraro".
Tento uma manobra de coerção dizendo que se ela obtiver a razão com este modelo de realidade terá que abrir mão da felicidade. Exagerado sim, sem sentido não.

Vale destacar aqui que eu sigo o evangelho do "Construcionismo Social".
Isto significa que até posso fazer afirmações fortes com as do 1º parágrafo, mas recuo na solidez assim que a discussão se aprofunda na argumentação organizada, mas não necessariamente quando a substância preponderante é o sectarismo de ideias. :-)

Nasceu como uma piada, mas foi se alimentado cada vez que o assunto veio para a arena de debates. Homens são diferentes das mulheres e, desta forma, o tratamento igual é apenas uma forma mais sutil de injustiça.
Obviamente esta afirmação, apesar de uma razoável base de sustentação, abre possibilidades enormes de "conflito divertido¨, ou seja, muitas piadas.
Sempre ataquei com as "diferenças orgânicas" e sempre ouvi sobre a "modelagem social", ou seja, as maiores diferenças são produtos da sociedade.
Realmente acho que são as duas explicações, mas se ceder perco longas horas de agradável confronto de ideias. Isto sim, é fora de questão.
Entre o ouvido feminino melhor direcionado para os sons agudos, do choro infantil e a modelagem social que não explica por que sempre os pombos perseguem as pombas, o embate de ideias prossegue.

Um programa no Discovery Channel abordou as diferenças de gênero e mostrou que, pelos padrões atuais de macho e fêmea 100%, a maioria fica entre as faixas de 80%. Mostrou inclusive "uma mulher se tornando um homem" por injeções de hormônio. Até o cérebro mudou a forma de funcionar. Tornou-se um "cérebro de homem".

Em "Vamos as Compras", Paco Underhill leva a sério as diferenças entre homens e mulheres. Sério significa o valor financeiro desta compreensão.

Algo relacionado ao que vi no Jornal O Globo de hoje, pesquisa do funcionamento cerebral na busca de melhores métodos de abordagem comercial. O inferno de Lenin.

Retomando. Já definimos que homens são, pelo menos por tendência natural, diferentes no comportamento das mulheres.
Concordamos também que a sociedade, especificamente, as expectativas sociais, induzem alguns comportamentos nas pessoas e um viés da seleção destes comportamentos é orientado pelo gênero do indivíduo.

Sabendo disto podemos influenciar, criar oportunidades específicas para desenvolver alguns comportamentos, assim como mitigar algumas tendências.

O fundamental aqui é entender que a influência é estatística, não individual. Numa população de x pessoas, sobre determinada pressão, temos que y% seguem tal comportamento e z% o outro comportamento.
Até poderíamos, por inferência, dizer que:
"Sob tais circunstâncias esperamos y% de chance em tal comportamento." Se consideramos que tal indivíduo seria um representante fiel à população estudada. Entretanto, por questão de ser conservador, evito este tipo de afirmação. Sólido para a estatística e uma heresia para a psicologia.

Agora vem a pergunta que vale ouro:
Devemos investir na melhoria dos pontos fracos do gênero na educação de uma criança, ou devemos aprofundar as qualidades que já seriam naturalmente fortes?

Devemos buscar um maior desenvolvimento da empatia nos meninos? Por exemplo.

Que características deveria eu investir na formação da Sofia?
Deveria? Existe alguma implicação ética que tenha me escapado?
Mesmo considerando as limitações dos resultados dos possíveis esforços, não fazer nada seria uma omissão minha quanto ao papel de educador?
"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho morde"?
Tudo isto é bobagem e eu deveria caminhar mais na praia com ela? :-)

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