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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Carl Rogers, Eu e a Sofia

Já faz um tempo que tenho uma relação com o CVV.
Diversos são os frutos disto, mas impossível mesmo é deixar de citar o Carl Rogers.
Ele entrou na minha vida derrubando várias crenças. Diversas formas de pensar e agir  foram afetadas,
Obviamente a entrada de novas formas de agir acontece deslocando os comportamentos anteriores e esta mudança produz um certo desconforto.
Surpreendentemente não foi diferente comigo.
Aquele troço de "não diretivo" é para os fracos. Se você sabe o que deve ser feito, fale logo. :-)
Neste processo as concessões são inevitáveis e eu marquei uma posição.
Isto é muito legal, mas tem suas limitações. Vejamos...Jamais servirá para educar uma criança.
Pois bem, acabei e perder mais esta.

Como Falar Para Seu Filho Ouvir E Como Ouvir Para Seu Filho Falar

É impressionante como as autoras evoluem graciosamente na comunicação com as crianças.
A cada página a alegria das descobertas supera os incômodo dos erros cometidos no passado.
Descobri que não é a Sofia que tem dificuldades em me entender, eu que é falo da forma errada.
Estou no meio do livro. Quando terminar farei uma resenha.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Inveja, o Egoísmo, a Inteligência e outras Qualidades

O Egoísmo
Não é de hoje que tenho bons olhos para o egoísmo. Lentamente esta visão foi se construindo. Marca a minha memória um texto em "A Riqueza das Nações", de Adam Smith, onde ele explora que a motivação do padeiro não é reduzir a fome, mas seu próprio sustento. Agindo em resposta à sua necessidade ele resolve a questão para inúmeras pessoas. Não a bondade verdadeira, mas a legítima necessidade é que faz o mundo girar. E todos saem ganhando.
Identifico os defeitos do Egoísmo, não "in natura", mas quando é servido sem a dose obrigatória, e mínima, de inteligência. Este sim é problemático.
O egoísmo com inteligência é a verdadeira mola do mundo.

A Inveja
Meu contato positivo com a inveja é que motivou este post.
Estava eu, num fim de noite de meio de semana.
Cedo para dormir, mas tarde para quem acordará cedo pela manhã.
A Carla, minha mulher, saca o telefone e começa uma conversa com o Mário, seu ex-marido:
-O Enzo assim, o Enzo assado, na escola dele isto, lá aquilo, a alimentação assim, a socialização assado...
Rodam fáceis 30 minutos dos mais diferentes pontos da educação e cotidiano do meu enteado. Trocas de opiniões, de informações, acordos como agir de forma unificada. Trocas de sensações e preocupações.
Reli o paragrafo acima e notei o quanto eles concordam...
Não exatamente. Ambos possuem visões bem diferentes sobre vários aspectos da rotina e educação do Enzo, mas sempre se respeitaram. Sempre entenderam o diálogo como forma de melhoria. Talvez ... nem sempre, mas é a abordagem majoritária. Com larga vantagem.
Inveja foi o que surgiu quando a inevitável comparação brotou.
Qualquer comparação neste ponto é dolorosa.
...
Depois de escrito aqui resolvi apagar o texto.
A lista foi, por demais, desagradável.

A inveja entra como motivador para a melhoria.
O desconforto da inveja indica a direção para o aprimoramento. Este é o objetivo da inveja, que junto com a inteligência, leva e ao progresso.

Ao contrário da visão otimista, resta a certeza de estarmos reféns, nós três, do humor de um indivíduo que ... e a vida segue.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sofia e a Mãe Judia, Métodos e Resultados na Educação

Apesar de crer que a maioria é capaz de desconfiar da diferença entre Neurose e Psicose, colocarei aqui a minha versão delas:
Psicose é doença, neurose é estilo, questão de individualidade. :-)
Sou neurótico e sou feliz, ponto.
Não pretendo mudar, faz parte do meu show, faz parte do meu ser.
Dito isto...
Questões como alimentar, transmitir afeto, motivar, limitar e educar a Sofia surgem durante toda a rotina diária.
Agora cedo me peguei considerando a bordagem de higiene pessoal da Sofia, enquanto eu escovava os meus dentes. Sem stress, ou crise, mas sempre reavalio um ou outro comportamento. Questionando o que funciona, o que não funciona e o que poderia funcionar melhor.
A alimentação volta, provavelmente no próximo post. Nos últimos dias tenho sido bombardeado sobre este assunto.

Agora, passeando pela Veja, esbarro numa preciosidade.
Tanto a educação chinesa, quanto a judia proporcionam bons resultados.
A chinesa é fortemente baseada na autoridade, a judia na chantagem emocional. Ambas tem algo em comum. Obtêm a dedicação das crianças ao estudo.

Bingo. Ninguém sabia, mas crianças que estudam dão melhores resultados no colégio. Melhores resultados no colégio parecem estar relacionados com conquistas pessoais, profissionais e, agora do grupo, sociais.

Impressionante, não?
Como alguns dados, cujo método de organização pode ser questionado, conseguem sustentar o óbvio bom senso.

Voltamos a pergunta de ouro:
Como trazer isto para a Sofia?

Temos que o ponto em comum é estudar. Participativo ou autoritário, tomando o comprimido a febre cede.

Ok, Ponto fechado: Tem que estudar.
Tem que fazer a Sofia estudar.

Em outro momento concluí que o mais importante não é que ela, a criança, faça algo, mas que queira fazer.

Temos aqui uma reformulação então:
Como fazer a Sofia gostar de estudar. Com estruturar a realidade de forma que a obtenção de conhecimento seja recebida pela Sofia como uma atividade associada ao prazer e que o estudo seja visto como algo natural da rotina e não como o ato de abdicar do tempo que poderia ser dedicado à outras diversões?
Avaliando a contribuição judaica notamos também a questão do debate.
Adorei achar o debate aqui vinculado ao crescimento da criatividade.

Esta questão da Obediência Versus Iniciativa  já foi levanta aqui como um ponto fundamental e agora uma resposta objetiva de apresenta.
Se o debate for estimulado e incorporado ao processo de comunicação cotidiano poderemos ter um campo de exercício para a criatividade, a iniciativa e a retórica.
É isto mesmo?
Lendo assim faz sentido, mas no mundo real isto funciona?
A que custo?

domingo, 3 de abril de 2011

Homens e Mulheres, o Comportamento Inerente e o Adquirido

Minha Mulher, Carla, tem um forte impulso feminista.
Brincando eu digo que ela tem um encosto da "Rosemarie Muraro".
Tento uma manobra de coerção dizendo que se ela obtiver a razão com este modelo de realidade terá que abrir mão da felicidade. Exagerado sim, sem sentido não.

Vale destacar aqui que eu sigo o evangelho do "Construcionismo Social".
Isto significa que até posso fazer afirmações fortes com as do 1º parágrafo, mas recuo na solidez assim que a discussão se aprofunda na argumentação organizada, mas não necessariamente quando a substância preponderante é o sectarismo de ideias. :-)

Nasceu como uma piada, mas foi se alimentado cada vez que o assunto veio para a arena de debates. Homens são diferentes das mulheres e, desta forma, o tratamento igual é apenas uma forma mais sutil de injustiça.
Obviamente esta afirmação, apesar de uma razoável base de sustentação, abre possibilidades enormes de "conflito divertido¨, ou seja, muitas piadas.
Sempre ataquei com as "diferenças orgânicas" e sempre ouvi sobre a "modelagem social", ou seja, as maiores diferenças são produtos da sociedade.
Realmente acho que são as duas explicações, mas se ceder perco longas horas de agradável confronto de ideias. Isto sim, é fora de questão.
Entre o ouvido feminino melhor direcionado para os sons agudos, do choro infantil e a modelagem social que não explica por que sempre os pombos perseguem as pombas, o embate de ideias prossegue.

Um programa no Discovery Channel abordou as diferenças de gênero e mostrou que, pelos padrões atuais de macho e fêmea 100%, a maioria fica entre as faixas de 80%. Mostrou inclusive "uma mulher se tornando um homem" por injeções de hormônio. Até o cérebro mudou a forma de funcionar. Tornou-se um "cérebro de homem".

Em "Vamos as Compras", Paco Underhill leva a sério as diferenças entre homens e mulheres. Sério significa o valor financeiro desta compreensão.

Algo relacionado ao que vi no Jornal O Globo de hoje, pesquisa do funcionamento cerebral na busca de melhores métodos de abordagem comercial. O inferno de Lenin.

Retomando. Já definimos que homens são, pelo menos por tendência natural, diferentes no comportamento das mulheres.
Concordamos também que a sociedade, especificamente, as expectativas sociais, induzem alguns comportamentos nas pessoas e um viés da seleção destes comportamentos é orientado pelo gênero do indivíduo.

Sabendo disto podemos influenciar, criar oportunidades específicas para desenvolver alguns comportamentos, assim como mitigar algumas tendências.

O fundamental aqui é entender que a influência é estatística, não individual. Numa população de x pessoas, sobre determinada pressão, temos que y% seguem tal comportamento e z% o outro comportamento.
Até poderíamos, por inferência, dizer que:
"Sob tais circunstâncias esperamos y% de chance em tal comportamento." Se consideramos que tal indivíduo seria um representante fiel à população estudada. Entretanto, por questão de ser conservador, evito este tipo de afirmação. Sólido para a estatística e uma heresia para a psicologia.

Agora vem a pergunta que vale ouro:
Devemos investir na melhoria dos pontos fracos do gênero na educação de uma criança, ou devemos aprofundar as qualidades que já seriam naturalmente fortes?

Devemos buscar um maior desenvolvimento da empatia nos meninos? Por exemplo.

Que características deveria eu investir na formação da Sofia?
Deveria? Existe alguma implicação ética que tenha me escapado?
Mesmo considerando as limitações dos resultados dos possíveis esforços, não fazer nada seria uma omissão minha quanto ao papel de educador?
"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho morde"?
Tudo isto é bobagem e eu deveria caminhar mais na praia com ela? :-)